Marketing político não é politicagem

A priori fica claro, quem escreve estas linhas não é candidata nem profissional da área política. As expressões a seguir representam ponto de vista, é uma visão por alto do que está acontecendo por baixo, nos bastidores em véspera de eleição.

Estamos em tempos estratégicos de refletir sobre a vivência da nação brasileira. Ano de eleição, onde se diz democracia. A era em que candidatos contam e eleitores sonham. É momento de ver e reaver conceitos, analisar o desempenho de cada representante, afinal, a eles entregaremos mais uma vez a chave do nosso futuro.

Apesar de serem numa porcentagem bem singela, as exigências se tornam maiores a cada ano. E de fato, é o povo que exige e atua com maior inversão de valores, análise crítica e cuidada. O político de hoje não tem o mesmo poder de persuasão de antes. O eleitor também nem sempre é transparente, ou seja, é erro confiar que determinadas ações possivelmente garantam voto. Está sendo preciso apostar em novos desafios.

Para resolver estas questões há uma tendência forte de investimento em diferenciação e inovação. E uma delas está o conhecimento. É preciso se preocupar em informar o provável eleitor, trazendo além da trajetória e a biografia, a opinião em relação ao modo de vida social, transpor as idéias e como se posicionar diante das discussões mais convenientes e relevantes à sociedade. Ah, e que as promessas sejam no equilíbrio para que possam ser cumpridas.
Explora-se bastante este ano algumas ferramentas contemporâneas como blogs, sites e redes de relacionamento, revitalizando um conceito que fora do Brasil já existe e por aqui está surgindo.

Tem crescido a declaração marketing político. Expressão adotada por alguns candidatos, valorizada por implantar nova cultura, de “intelectualizar” o evento democrático. Percebe-se que há um afloramento desses assuntos. Mas o que o marketing político difere da politicagem é o seguinte:


A política é feita de democracia sim, de atuar e trabalhar para e com o povo. Olhar as necessidades e satisfazer, incentivar os parâmetros melhores para a coletividade.
O marketing político possibilita essa visão origem. E se fortalece com a incrementação da internet, celulares, informativos, a digitalização de idéias. Mas ao falar em digitalizar, outra preocupação. Tem que saber usar os recursos para não atrair efeito contrário, principalmente se tratando de redes de relacionamentos, que marca um contato direto candidato/eleitor, para não se mover pelo emocional.

Arriscaria dizer que maioria dos candidatos se quer sabem utilizar os meios de comunicações digitais, apostando ainda que nem saibam o que é twitter, facebook e como usa orkut. Exagero? Não. Até alguns administradores que vivem neste foco de desenvolvimento e empreendimentos não sabem, imagine alguns políticos do nosso país, com foco apenas para ganhar cargos e status.

A politicagem é mais real, está bem próximo de nós. É mais fácil compreensão. Faz parte do dia após dia. É o método mais explorado pelos políticos. Em fim, acham que é marketing a troca de favores, simples distribuição de santinhos, pressão aos menos favorecidos, ocultar valores sociais, criticar o concorrente, de utilizar o governo para se dar bem na vida, poluir o meio ambiente com um monte de papel apenas estampando uma foto e um pedido tipo “vote em mim”. Poluição visual e sonora também é uma armadilha. Isto é politicagem.

Ao contratar profissionais para as campanhas políticas é importante que sejam capacitados. Que sejam verdadeiramente consultores políticos antenados à realidade dos movimentos internos e externos que move o ambiente político e o comportamento dos eleitores.